O Projeto Comprova é uma iniciativa colaborativa, apartidária e sem fins lucrativos liderada pela Abraji e que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação brasileiros para descobrir, investigar e desmascarar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas, eleições, saúde e mudanças climáticas que foram compartilhados nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens.
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Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como identificar e se proteger do golpe do relacionamento (catfishing)

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Golpe do relacionamento (catfishing)

Como os golpistas abordam as pessoas: em aplicativos de namoro, criminosos se passam por pessoas atraentes.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: eles tentam ganhar a confiança da vítima através de suas imagens e depois passam a pedir dinheiro.

Qual é o objetivo do golpe: obter dinheiro ou chantagear a vítima. De acordo com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, esse é um golpe muito comum e que dificilmente ocorre no ambiente de outras redes sociais, que não sejam as redes de namoro.

Como se proteger: Para o especialista, é importante que a pessoa nunca faça uma transferência em dinheiro. “Eu compreendo que às vezes a pessoa está emocionalmente abalada e tem medo de perder aquela pessoa se ela não fizer o Pix, a transferência. Mas, em suma, é golpe. Ninguém que está genuinamente interessado vai querer você só se você fizer uma transferência. Se a pessoa está dependendo disso, é porque talvez ela não seja o par”, alerta.

A quem denunciar: à Polícia Civil. Muitas vezes, a vítima se sente constrangida e tem vergonha de admitir que foi vítima do golpe, mas denunciar casos de catfishing ajuda a identificar criminosos que podem estar aplicando o mesmo golpe em outras pessoas. Como em outros casos, explica Paulo Trindade, aquele que aplica o golpe do relacionamento comete um crime. A depender da situação, ele pode se enquadrar nos crimes de estelionato, falsidade ideológica, extorsão, ameaça entre outros.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como identificar e se proteger de golpes de chamadas de robôs

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Golpes de chamadas de robôs

Como os golpistas abordam as pessoas: ligações automáticas com gravações que se passam por órgãos como a Receita Federal ou empresas de tecnologia para solicitar informações ou pagamentos.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Informam dados pessoais das vítimas para dar a falsa impressão de que a ligação é confiável.

Qual é o objetivo do golpe: roubar informações das vítimas ou fazer com que elas façam pagamentos. Esses golpes são mais sofisticados porque os criminosos possuem uma estrutura montada para o golpe, com uma central telefônica feita para falar com as vítimas como se fossem órgãos oficiais.

Como se proteger: de acordo com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, da ISH, é preciso estar atento a esses golpes porque os criminosos usam informações verdadeiras, que enganam as vítimas. “Por exemplo, estamos em época de Imposto de Renda, então vai começar a surgir muito golpe envolvendo o IR e a Receita Federal”, diz. Para evitar cair em golpes assim, as pessoas não devem fornecer informações pessoais ou dados sensíveis por telefone, como senhas de cartão ou códigos de verificação. Na dúvida, é melhor desligar a ligação e entrar em contato com o órgão por meio de um canal oficial.

A quem denunciar: à Polícia Civil ou à Polícia Federal, caso o golpe envolva um órgão federal, e aos próprios órgãos citados pelo golpista.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como identificar e se proteger de golpes por mensagem de texto (smishing)

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Golpe por mensagem de texto (smishing)

Como os golpistas abordam as pessoas: mensagens SMS falsas alegam problemas com entregas, contas bancárias ou informam sobre prêmios.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: afirmam que a vítima tem dinheiro ou um prêmio a receber ou que precisam pagar uma taxa para resolver problemas com entregas ou com bancos. É comum que usem gatilhos de urgência e escassez, como a necessidade de pagar para liberar uma encomenda ou para não ter um documento cancelado.

Qual é o objetivo do golpe: roubar dinheiro ou dados pessoais e bancários das pessoas. Um caso recente de golpe envolvendo smishing foi o da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida. A mensagem levava a um site que imitava a identidade visual do Detran e afirmava que se a pessoa não pagasse uma taxa, teria a CNH cancelada. Como o site foi montado com dados vazados, se a pessoa fornecesse o CPF, um boleto era gerado contendo outros dados da vítima, que acabava pagando aos golpistas.

Como se proteger: Em seu blog, o banco Itaú fala sobre golpes e recomenda que as pessoas nunca cliquem em links enviados por mensagens de texto, nem liguem para números enviados por esses canais. Caso a mensagem gere curiosidade, o ideal é procurar um canal oficial da empresa que supostamente está mandando aquela mensagem e verificar a veracidade. Os Correios também alertam para golpes desse tipo e afirmam que cobranças de taxas para liberar encomendas são fictícias.

A quem denunciar: à polícia, através do registro de um Boletim de Ocorrência, e aos entes envolvidos no suposto golpe, como a instituição bancária, a empresa que forneceria um prêmio, e aos Correios ou empresa responsável por entregas, caso o golpe envolva uma encomenda.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como identificar e se proteger do golpe do ‘pix errado’

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Golpe do “pix errado”

Como os golpistas abordam as pessoas: O criminoso transfere um valor via Pix para a conta da vítima e, em seguida, entra em contato alegando que foi um erro e pede a devolução para uma terceira conta.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Geralmente, usam da boa fé da pessoa, que aceita fazer a devolução do valor. Mas, após receber o dinheiro em uma terceira conta, eles acionam o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central para facilitar devoluções de Pix em caso de fraudes. Esse pedido acaba levando a instituição bancária a interpretar que se trata de um golpe e devolver o valor à primeira conta: ou seja, a vítima perde o valor, porque ele é estornado depois de ela já ter devolvido para outra pessoa.

Qual é o objetivo do golpe: Fazer com que a vítima transfira dinheiro para o golpista.

Como se proteger: Para o especialista em segurança digital Paulo Trindade, da ISH Tecnologia, a melhor forma de se proteger, nesse caso, é evitar fazer a transferência, porque os mecanismos para reaver o dinheiro não são tão rápidos quanto o Pix. É preciso registrar um Boletim de Ocorrência e, segundo ele, a devolução pode levar até três meses para acontecer. O ideal, nestes casos, é nunca devolver o Pix para a conta de uma terceira pessoa.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) recomenda que, ao receber um pedido de estorno de Pix por qualquer motivo, a pessoa deve entrar no app do banco e, dentro das funcionalidades do Pix, escolher a opção de devolução da transação recebida – assim, o dinheiro retorna para a conta de origem. De acordo com o Banco Central, somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foram feitas 719.853 solicitações de devolução de Pix através do MED, totalizando R$ 1,1 bilhão. Destas, 289.789 foram aceitas total ou parcialmente, somando R$ 30,7 milhões.

A quem denunciar: Guarde informações do golpista, como o telefone usado para fazer contato, a chave Pix, o nome do destinatário da transferência, e registre um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Além disso, a Febraban recomenda que a vítima entre em contato com o próprio banco.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como identificar e se proteger do golpe do cupom falso

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Golpe do cupom falso

Como os golpistas abordam as pessoas: golpistas criam sites falsos ou enviam mensagens oferecendo cupons de desconto para lojas conhecidas. Os links maliciosos solicitam dados pessoais e bancários ou levam ao download de arquivos maliciosos.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: os sites falsos costumam imitar a identidade visual de lojas conhecidas e oferecer produtos com preços muito abaixo do valor de mercado.

Qual é o objetivo do golpe: cometer fraudes, roubar dados pessoais e bancários ou instalar aplicativos maliciosos no aparelho das vítimas. Segundo o especialista em segurança digital Paulo Trindade, o objetivo dos golpes é sempre financeiro e aqueles que oferecem descontos irreais, em geral, são fraudes: a vítima provavelmente irá pagar por um produto que nunca irá receber. Além disso, ainda há o risco de clicar em links maliciosos, instalar um programa malicioso (malware) e ter a máquina invadida.

Como se proteger: é importante sempre desconfiar de preços muito abaixo do valor de mercado e não fazer transferências em casos assim. Além disso, vale a máxima de não clicar em links que aparecem nesses sites ou em mensagens nas redes sociais prometendo descontos em lojas conhecidas.

A quem denunciar: Guarde todos os links e informações sobre o golpista e registre uma queixa na Polícia Civil ou em órgãos de defesa do consumidor, se for o caso. Segundo o Idec, esse registro serve como prova de tentativa de resolução extrajudicial posteriormente.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como se proteger de roubos de contas de redes sociais

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Roubo de contas de redes sociais

Como os golpistas abordam as pessoas: criminosos invadem perfis nas redes sociais ou usam fotografias para se passar por outras pessoas em conversas de WhatsApp, e então pedem empréstimos financeiros para amigos e familiares das vítimas.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: dizem que estão com algum problema, que têm uma emergência ou que não estão conseguindo acessar a própria conta para fazer um pagamento. Em geral, eles criam uma situação que gera uma sensação de urgência, o que acaba afetando a vítima emocionalmente e a impede de pensar com calma antes de agir. Para Paulo Trindade, da ISH, o fator emocional é muitas vezes o que faz com que a pessoa caia no golpe, porque o cérebro acaba gerando uma resposta rápida, e não necessariamente racional. “Gerou urgência? Para e pensa se aquilo não pode te complicar mais. Pense um pouco mais, porque se gerou urgência, tem um alto potencial de ser nocivo”, diz.

Qual é o objetivo do golpe: conseguir que amigos e familiares das vítimas façam transferências em dinheiro para os criminosos, ou acessar a conta da vítima para aplicar outros golpes.

Como se proteger: O especialista em segurança digital Paulo Trindade afirma que é importante configurar a verificação de dois fatores do WhatsApp e nunca fornecer o código para terceiros, além de configurar uma senha, que poderá dificultar a vida do golpista. Outra dica importante é impedir, pelas configurações do próprio WhatsApp, que sua foto de usuário seja vista por pessoas que não estão na sua lista de contatos. Isso pode atrapalhar os planos do golpista de usar aquela mesma foto para se passar por você e pedir dinheiro a amigos e familiares.

A quem denunciar: é importante avisar a amigos e familiares que houve um roubo de identidade e alertar que as pessoas não façam depósitos ou transferências. Em seguida, registrar um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil com o máximo de informações sobre o autor do golpe.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 01/04/2025

Como identificar e se proteger do phishing ou pescaria digital

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Phishing ou pescaria digital

Como os golpistas abordam as pessoas: enviando e-mails, SMS, mensagens no WhatsApp ou links em outras redes sociais que levam a sites falsos, como sites da Receita Federal ou outros órgãos do governo prometendo saque de benefícios, por exemplo.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: É comum que usem vídeos ou áudios adulterados com o uso de inteligência artificial imitando a voz de pessoas famosas que levam as vítimas a confiar no conteúdo e clicar nos links maliciosos.

Qual é o objetivo do golpe: roubar dados pessoais e bancários das vítimas, ou instalar um malware – software malicioso que pode danificar arquivos ou roubar informações – no dispositivo utilizado pela vítima. De acordo com Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia – profissional responsável por garantir a segurança de uma empresa –, o objetivo do golpe pode ser levar a pessoa a instalar na máquina um malware, especialmente se o objetivo for atacar empresas. “O malware é comumente chamado de vírus, mas o vírus depende de um programa para rodar, e o malware não, ele funciona independente do programa. Ele pode monitorar o teclado para roubar dados, pode transformar a sua máquina em zumbi, pode usar sua máquina sem o seu consentimento para fazer outros grandes ataques”, alerta.

Como se proteger: a melhor forma de se proteger é não clicar em nenhum link antes de se certificar que o endereço é confiável, já que, uma vez dentro do site, a pessoa pode facilmente ser enganada por identidades visuais praticamente idênticas à original. Os sites do governo, por exemplo, sempre terminam com “gov.br”, e não com “.com”, “.com.br”, ou “.net”.

A quem denunciar: Paulo Trindade, da ISH Tecnologia, recomenda que vítimas de golpes anotem todos os dados da pessoa que aplicou o golpe, como nome de usuário, link, telefone de contato. Em seguida, devem procurar a Polícia Civil e registrar um Boletim de Ocorrência (BO), o que pode ajudar em outras investigações sobre o assunto. Se o contato tiver sido feito por uma rede social, é importante denunciar à plataforma.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Golpes virtuais

Investigado por: 31/03/2025

Como identificar e se proteger do golpe do delivery

Golpes virtuais
Golpes virtuais utilizam diversas táticas para chamar a atenção de suas vítimas, frequentemente explorando a urgência, fazendo ofertas tentadoras, propagando informações falsas ou se fazendo passar por entidades conhecidas. O Comprova analisou 11 dos golpes digitais mais comuns. Entenda como golpistas abordam suas vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a sua atenção e saiba como você pode se proteger dessas armadilhas.

Golpe do Delivery

Como os golpistas abordam as pessoas: entregadores de pedidos feitos online entregam ao cliente uma máquina de cartão que dizem estar com visor quebrado. Assim, a vítima não consegue visualizar o preço na tela e acaba pagando um valor abusivo. Em outra versão do golpe, o consumidor recebe uma ligação de uma pessoa que se identifica como funcionário do estabelecimento onde o pedido foi realizado, solicitando o pagamento de uma taxa extra de entrega. Por telefone, a vítima passa os dados do cartão, que é clonado.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: geralmente se aproveitam da boa fé ou desatenção do comprador.

Qual é o objetivo do golpe: cobrar um valor mais alto do que o do pedido feito pelo cliente ou clonar um cartão.

Como se proteger: desconfie de taxas extras cobradas fora do aplicativo em que realizou o pedido, ainda que seja alegado um suposto erro no pagamento original. No caso de pagamentos por cartão no ato da entrega, preste atenção ao valor digitado na máquina e, de maneira nenhuma, digite sua senha caso não consiga visualizar o valor na tela. Outra dica importante é verificar se o entregador não está utilizando o celular para gravar a sua senha digitada na máquina ou até mesmo para fotografar os dados contidos no cartão.

A quem denunciar: o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) recomenda que a vítima de golpe entre em contato imediatamente com o seu banco para bloquear o cartão e contestar a operação. Além disso, é indicado que seja registrado um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil. Outro passo importante é notificar a plataforma em que o pedido foi realizado sobre o ocorrido. Embora não haja uma legislação específica sobre os aplicativos de entrega, eles também têm responsabilidade sobre o dano ao consumidor.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Parceiro do Comprova, o Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

Saúde

Investigado por: 31/03/2025

Estudos mostram benefícios da vacina infantil contra covid; 10 crianças sadias morreram da doença no 1º trimestre de 2024

Falso
É falso que não exista um estudo sequer que mostre o benefício da vacina de mRNA para crianças. Esses estudos existem e são cruciais para que a Anvisa aprove o imunizante. Eles podem ser consultados no site da Agência. Também não é verdade que não haja registro de morte de crianças saudáveis, sem comorbidades, por covid-19. Dados do Ministério da Saúde mostram que 10 das 19 crianças com menos de 1 ano que morreram por covid-19 de janeiro a abril de 2024 não tinham comorbidades. Esses números são do boletim epidemiológico mais recente.

Conteúdo investigado: Em vídeo viral, médico afirma que não há um estudo sequer que mostre o benefício desse “experimento de RNA mensageiro”, numa referência às vacinas que utilizam tecnologia de mRNA contra a covid-19, como a Comirnaty, da Pfizer. Ele ainda afirma que não há notícias de crianças sadias mortas pela doença.

Onde foi publicado: X.

Conclusão do Comprova: Para que as vacinas sejam aprovadas e passem a ser oferecidas à população, é necessário haver estudos que comprovem a eficácia e segurança do imunizante. Foi o que ocorreu com a vacina Comirnaty para o público infantil, que foi aprovada pela Anvisa antes de ser recomendada. Após a aplicação na população, outros estudos analisaram dados de vigilância e mostraram a efetividade e segurança do imunizante.

Dados do Ministério da Saúde desmentem que crianças saudáveis não morrem de covid-19. Os números do boletim epidemiológico mais recente mostram que 10 das 19 crianças com menos de 1 ano que morreram por covid-19 de janeiro a abril de 2024 não tinham comorbidades.

Segundo informe do Ministério da Saúde, foram registradas 82 mortes por covid-19 entre crianças menores de 1 ano e 11 anos de idade em 2024.

Consultado pelo Comprova, o médico Roberto Zeballos, que gravou o vídeo, não respondeu até o fechamento desta checagem.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. A postagem teve 260 mil visualizações e 5,2 mil compartilhamentos até 31 de março.

Fontes que consultamos: O Comprova consultou dados do Ministério da Saúde, da Anvisa e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), e o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, que indicou estudos sobre o tema.

Estudos de eficácia e segurança são necessários para aprovação da vacina

O médico inicia o vídeo criticando a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do dia 21 de março, que estabeleceu que os pais que se recusarem a vacinar seus filhos contra a covid-19 estão sujeitos à multa prevista no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A partir disso, ele dissemina informações falsas sobre a vacina covid-19.

A primeira delas é a de que não há um estudo sequer que mostre o benefício das vacinas. Isso é falso. Como consta no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vacinas só são aprovadas após a análise de estudos que comprovem qualidade, eficácia e segurança. Esses são os primeiros, de fase 1, 2 e 3 (detalhes no quadro abaixo):

| Fonte: site da Anvisa

Esse processo ocorreu antes da aprovação do imunizante Comirnaty para pessoas de 5 a 11 anos, em 16 de dezembro de 2021, e de 6 meses a 4 anos, em 16 de setembro de 2022. No site da Anvisa (aqui e aqui), consta que a vacina foi aprovada para essas faixas etárias após “uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório”. Os dados dos estudos de fase 1, 2 e 3 que atestam segurança e eficácia podem ser acessados nesta página e nesta.

Análises após a aprovação

Artigos com dados de vigilância mostram a efetividade da vacina em crianças após a aprovação dos imunizantes e sua aplicação na população. Um dos exemplos é o artigo “Covid-19 vaccination in children: a public health priority”, publicado no Jornal de Pediatria, que analisou dados obtidos no PubMed e em publicações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria entre janeiro de 2020 e novembro de 2022. Dentre as conclusões, consta que formulações pediátricas da vacina da Pfizer demonstraram significativa efetividade e segurança.

O estudo “Evaluation of BNT162b2 Covid-19 Vaccine in Children Younger than 5 Years of Age”, publicado no The New England Journal of Medicine, concluiu que uma série primária de três doses da BNT162b2 (Pfizer/BioNTech) foi segura, imunogênica e eficaz em crianças de 6 meses a 4 anos de idade.

A revisão sistemática “Safety and effectiveness of vaccines against COVID-19 in children aged 5–11 years” mostrou que em crianças de 5 a 11 anos as vacinas de mRNA provavelmente ofereceram boa proteção contra hospitalizações por covid-19 e se mostraram moderadamente efetivas contra a infecção pela variante ômicron. O estudo foi publicado na revista The Lancet Child & Adolescent Health.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o monitoramento da aplicação da vacina em crianças mostra que ela é segura e seus benefícios superam os riscos de complicações severas por covid-19.

É falso que crianças sadias não morrem por covid

Outra afirmação falsa feita no vídeo pelo médico é a de que crianças sadias (sem comorbidades) não morrem por covid-19. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), Renato Kfouri cita um dado do Boletim Epidemiológico nº 162, do Ministério da Saúde, de abril de 2024 – o mais recente divulgado. Na tabela 7 (abaixo), o documento mostra que, entre crianças menores de 1 ano, 10 das 19 que morreram por covid-19 de janeiro a abril não tinham comorbidades.

“É um mito dizer que as crianças que têm quadro grave ou que morrem por covid-19 são crianças de risco”, diz Kfouri, pediatra infectologista. “São números oficiais do Ministério da Saúde e que justificam a inclusão da vacina no calendário infantil”.

| Fonte: Ministério da Saúde

Segundo o informe da semana 52 de 2024 de Vigilância das Síndromes Gripais (tabela abaixo), foram registradas, de janeiro a dezembro de 2024, 82 mortes por covid-19 entre crianças menores de 1 ano e 11 anos de idade.

Já o informe mais recente, até a semana 12, de janeiro a março de 2025 (gráfico abaixo), mostra, nas semanas 2 e 3, em janeiro, que a proporção de mortes por covid-19 em menores de 2 anos só foi menor que na faixa etária acima de 65 anos. Já na página 11, constam 535 mortes pela doença no total. Nas faixas etárias até 14 anos, foram 25 mortes. O grupo de menores de 2 anos responde pelo maior número de óbitos: 18.

 

| Fonte: Ministério da Saúde

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova apurou evidências que desmentiram outras alegações do mesmo médico, como quando mostrou que artigo que exige retirada de vacina contra a covid-19 do mercado tem erros e não tem relevância no meio científico, que vacinas são eficazes contra variante Delta e que agência europeia não desqualificou o imunizante.

Notas da comunidade: Não havia “notas da comunidade” na postagem até a publicação desta verificação.

Contextualizando

Investigado por: 31/03/2025

Entenda caso de advogado impedido de entrar em julgamento do STF

Contextualizando
Após um advogado ser impedido de entrar na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgava denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas, começaram a circular posts dizendo que o órgão feriu o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), segundo o qual advogados podem entrar livremente em qualquer julgamento. O advogado em questão, Sebastião Coelho, é o defensor de um dos acusados de envolvimento na tentativa de golpe, mas que não compõe o mesmo núcleo cujas denúncias estavam sendo analisadas no dia. O Comprova contextualiza o caso.

Conteúdo analisado: Posts que questionam caso de advogado impedido de acompanhar julgamento no STF. Os conteúdos citam o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dizendo que isso não poderia ter ocorrido.

Onde foi publicado: X.

Contextualizando: No dia 25 de março, o advogado Sebastião Coelho foi detido por desacato (e liberado em seguida) após ser proibido de entrar na sala em que ocorria o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nas redes sociais, Coelho contou ter tentado entrar no local, mas disse ter sido impedido. O advogado afirma que isso não poderia ter ocorrido porque ele era “parte do processo”, referindo-se a seu cliente, Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente Bolsonaro e um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Martins foi citado na petição (PET) 12100, a mesma de Bolsonaro, mas seu julgamento está previsto para abril.

O STF afirma que ele foi impedido de entrar pois não havia se credenciado previamente para acompanhar o julgamento. Considerando a repercussão gerada pelo caso, com posts acusando o STF de ter violado o Estatuto da OAB, o Comprova contextualiza o cenário com o que dizem o estatuto, a OAB, o STF e outros advogados.

OAB

A lei que dispõe sobre o Estatuto da OAB diz, em seu artigo sétimo, ser direito do advogado ingressar livremente nos locais abaixo:

a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos (divisórias) que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais.

Em nota, a OAB Nacional comunicou que acompanha com atenção os desdobramentos da sessão e que “os fatos narrados serão apurados com responsabilidade”. A instituição ainda destacou que “todos os advogados com processos pautados tiveram garantido o pleno exercício da sustentação oral – uma prerrogativa basilar da advocacia e do devido processo legal”. O órgão também esclareceu que recebeu a representação de colegas que relatam cerceamento de defesa e informou que tratará do tema junto ao STF.

Supremo

Procurado por e-mail, o STF afirmou que Coelho “foi detido pela Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal em flagrante delito por desacato e ofensas ao tribunal” e que “o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de boletim de ocorrência por desacato e, em seguida, a liberação do advogado”.

Ainda segundo o órgão, “havia orientação de credenciamento prévio por parte de advogados para participar da sessão da Primeira Turma”. “Aos advogados das partes e às partes é permitido acesso livre, mas os demais tinham que encaminhar os nomes. Por isso, o desembargador aposentado foi encaminhado para acompanhar o julgamento em telão instalado na Segunda Turma, mas se recusou.”

Coelho afirma que era advogado da parte, mas seu cliente não estava sendo julgado naquele dia. Questionado sobre isso, o STF afirmou que, “embora seja o mesmo processo (PET 12100), o acusado que o ex-desembargador defende, Filipe Martins, não faz parte do Núcleo 1 (ou Núcleo Crucial), cuja denúncia foi analisada esta semana”, afirmou o STF.

Martins faz parte do Núcleo 2, que deve ser julgado em 29 e 30 de abril.

Interpretação

Consultados pelo Comprova, advogados divergem sobre o caso. Pedro Paulo de Medeiros, criminalista e conselheiro federal da OAB, reforça que o Estatuto da Ordem diz que os advogados podem entrar em qualquer repartição, “mas tem que interpretar a lei”.

De acordo com ele, deve-se interpretar o estatuto de acordo com medidas de segurança. “Sabemos dos riscos e ameaças a que os ministros do Supremo estão submetidos, então, precisa haver precaução, por isso o cadastramento prévio”, diz ele. “Além disso, ele (Coelho) não era advogado de nenhum cliente que estava sendo julgado.”

Já o também criminalista Fernando Capano tem outra interpretação. “O que me parece muito difícil de aceitar é que ele é um advogado regularmente nomeado nos autos para tutelar os interesses de um dos réus. E não é um processo julgado de maneira compartimentalizada. São grupos distintos, em sessões distintas, mas é um processo só”, diz.

Para Capano, Coelho não poderia ter sido impedido de entrar na sala. “Vamos supor que eu sou advogado nomeado nos autos e o processo está sendo julgado. Eu, obviamente, tenho interesse até mesmo em avaliar qual é o tom adotado pelos ministros, e eu sou impedido de adentrar a sessão? Isso me parece um problema gravíssimo.”

Ameaças

Às vésperas do julgamento de recebimento da denúncia contra Bolsonaro, o STF registrou um aumento no número de ameaças feitas à Corte. A maioria dos ataques ocorreu por meio da central telefônica do tribunal e por e-mail. Conforme apuração do blog da jornalista Malu Gaspar, no jornal O Globo, o clima de hostilidade levou a Ouvidoria do STF a recomendar a criação de um plano de segurança especial para o julgamento.

O STF é alvo de constantes intimidações. Entre o atentado de 8 de janeiro e o início de novembro de 2024, a Corte recebeu ao menos mil ameaças por diferentes meios. No dia 13 de novembro do ano passado, o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, morreu após explodir um artefato em si mesmo na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF. Menos de 24 horas depois do ataque, o tribunal recebeu pelo menos oito e-mails em acordo com a ação do homem-bomba.

O advogado

Sebastião Coelho é magistrado aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF).

Ele renunciou ao cargo de corregedor em 2022 e, em 2024, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu processo administrativo disciplinar contra Coelho por suspeita de incitação a atos golpistas da época em que ele ainda estava na ativa.

Segundo o CNJ, Coelho renunciou “ao cargo de corregedor eleitoral em agosto de 2022, três dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”. Ainda de acordo com o órgão, ele “fez discursos contrários ao ministro, afirmando que Moraes incitou guerra em seu discurso de posse” e “participou de uma série de eventos políticos no acampamento montado após as eleições de 2022 no Quartel-General do Exército, em Brasília”.

O Comprova tentou contatar Coelho e Edson Marques, advogado que o acompanhava durante o julgamento, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

Fontes consultadas: O Comprova entrou em contato com a OAB, STF e os advogados citados acima.

Por que o Comprova contextualizou este assunto: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está sendo descontextualizado, o Comprova coloca o assunto em contexto. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Sobre o mesmo caso, o Estadão Verifica publicou que Coelho foi detido em flagrante e liberado, não preso por ordem de Alexandre de Moraes. O Comprova já mostrou que é enganoso um post que afirma que Moraes atropelou a competência do Superior Tribunal Militar ao decidir que cabe ao STF julgar os militares envolvidos nos atos de 8 de janeiro em Brasília. Outras duas verificações mostraram que não é verdade que o presidente Lula (PT) armou a invasão e que o atentado não foi uma “farsa”. Na seção Comprova Explica você pode ler também que a Operação Shadow não mostra que há organização criminosa dentro do STF.